Antes de contarmos para você no quê consistia o feitiço, vale ter em mente que, na época, o duro sistema de classes que reinava na região, os constantes ataques de piratas e os frequentes desastres naturais tornavam a vida dos camponeses islandeses incrivelmente difícil. Agora cabe a você decidir se esses eram motivos suficientes para fazer o ritual que vamos descrever.
Nábrók
Foi por conta desse panorama desolador que alguém teve a ideia de criar um pacto macabro entre amigos. Os dois homens — geralmente associados com a feitiçaria — se reuniam e combinavam que, quando um deles morresse, o outro poderia utilizar a sua pele da cintura para baixo para confeccionar uma Nábrók, ou seja, uma calça feita de pele humana.
De acordo com a crença local, essa adorável peça tinha o poder de atrair um constante fluxo de dinheiro para quem a usasse. Entretanto, apesar de existir uma réplica de Nábrók no Museu de Feitiçaria e Bruxaria Islandesa, em Hólmavík, ninguém sabe dizer ao certo se alguma dessas calças realmente chegou a ser produzida — nem se alguém teve coragem de desfilar vestindo uma delas.
Ritual
Depois que os dois amigos faziam o acordo — e um deles batia as botas —, o outro, então, tinha permissão para desenterrar o cadáver e esfolá-lo. O procedimento devia ser feito com extremo cuidado, pois a pele não poderia ter qualquer rasgo ou arranhão. Após remover todo o tecido, o dono da calça nova devia vesti-la ainda fresquinha para que ela grudasse ao seu corpo.
Além disso, o amigo devia roubar uma moeda de uma viúva pobre durante uma festividade como o Natal, Páscoa ou Finados e depositá-la no escroto da vestimenta juntamente com o símbolo de Nábrókarstafur (um símbolo rúnico) para, assim, garantir que sempre haveria fartura no “saco” de dinheiro. O dono da calça necromântica — que é a tradução para a palavra Nábrók — podia usá-la por toda a vida para usufruir de seus poderes.
Contudo, havia um “porém”: era proibido morrer vestindo a peça ou, do contrário, a pessoa corria o risco de que seu corpo fosse imediatamente infestado por piolhos e de ter que vagar por toda a eternidade pela Terra. Assim, a vestimenta devia ser passada de uma geração para a outra, mas, para que ela continuasse trazendo fortuna, o novo dono precisava vestir a perna direita antes que o antigo proprietário retirasse a perna esquerda da calça. Sinistro!Fonte: Mega Curioso
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